O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF), por volta das 13h30 desta terça-feira (16), para prestar depoimento no âmbito da investigação que apura supostas fraudes em cartões de vacina da Covid-19.
Há duas semanas, quatro pessoas ligadas a Bolsonaro foram presas pela PF suspeitos de fazerem parte de um esquema de inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).
A PF quer saber de Bolsonaro se ele tinha conhecimento da manipulação de dados nos cartões de vacina no nome dele e de familiares, como sua filha de 12 anos com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O depoimento será prestado na sede da PF, na Asa Norte, região central de Brasília. A reportagem apurou que a Polícia Militar do Distrito Federal vai reforçar a segurança do prédio, seguindo o esquema dos outros dois depoimentos anteriores do ex-presidente.
A âncora da CNN Daniela Lima adiantou que o ex-presidente deve negar que conhecia esse suposto esquema no depoimento. Bolsonaro vai reafirmar que nunca se vacinou e que seu posicionamento anti-vacina é conhecido no mundo todo, portanto, não poderia ter cartão de vacina e nem teria interesse em adulterá-lo. A PF, no entanto, também quer saber se o ex-presidente se beneficiou da fraude de alguma maneira.
No dia da operação da PF que prendeu seus ex-assessores, Bolsonaro já havia afirmado que não se vacinou contra a Covid-19 e que não houve adulteração em seu cartão de vacinação. A declaração foi feita enquanto ele deixava sua casa, no Jardim Botânico, em Brasília.
O endereço foi alvo de busca e apreensão da PF, que apreendeu o celular do ex-presidente.
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