O vendedor de carros e professor Rafael Machado de Jesus, de 47 anos, foi achado amarrado e degolado dentro de uma BMW, na casa onde morava, no Centro Cívico de Curitiba, na tarde de sexta-feira, 1º. O motivo ainda é investigado pela Polícia Civil do Paraná, mas a suspeita é de que um amigo tenha pago R$ 4,5 mil pelo assassinato.
O amigo de décadas, que trabalha como motorista de aplicativo, foi preso cerca de cinco horas após o corpo ser encontrado pelo filho da vítima. Ele é suspeito de ser o mandante do homicídio.
Na segunda-feira, 4, outro homem também foi detido, suspeito de ter matado o empresário. Os nomes deles não foram revelados pela polícia sob alegação de que infringiria a Lei de Abuso de Autoridade.
A vítima foi achada com as mãos e os pés amarrados, degolada e com um pano envolvendo o corpo. Segundo a polícia, havia ferimentos de faca no pescoço e marcas de agressão. “A princípio, o crime foi cometido pelos dois que estão presos. O primeiro (mandante) tinha passagem por crime patrimonial, e o segundo (executor) tinha por crime ambiental”, contou, ao Estadão, a delegada responsável pelo caso, Magda Hofstaetter.
Segundo ela, a amizade entre a vítima e o mandante se estendia entre as famílias. “Vinha de longos anos a relação. Houve um desentendimento entre eles há muito tempo e que agora acabou dessa forma”, disse. “A motivação não foi especificada ainda. Isso pode ou não ser relevante. A princípio, não vai interferir no indiciamento”, afirmou a delegada.
Magda explicou que a conclusão do inquérito será em duas etapas por causa dos prazos das prisões dos suspeitos. Até o domingo, 10, o mandante será indiciado por homicídio triplamente qualificado por ter sido cometido com traição ou emboscada, mediante recompensa e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Depois, no prazo de 30 dias, haverá o indiciamento do suspeito de ter matado o empresário, possivelmente com as mesmas qualificadoras, informou a delegada. Até lá, a equipe de investigação ouvirá mais testemunhas, como parentes e pessoas próximas aos envolvidos, e analisar imagens de câmeras de segurança do entorno da residência. Celulares foram apreendidos e passam por perícia.
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