O MP-BA (Ministério Público da Bahia) pediu à Corregedoria da Polícia Militar que se manifeste acerca da representação na qual o deputado federal Capitão Alden (PL-BA) aponta supostos atos de improbidade administrativa e abuso de poder praticados pelo comandante-geral Paulo Coutinho. Alden acusa o coronel de usar o posto hierárquico para perseguir desafetos dentro da corporação.
O bahia.ba apurou que o ofício do MP foi encaminhando nesta quarta-feira (13). Procurada pela reportagem por meio de sua assessoria, a Polícia Militar não se manifestou sobre o caso. Alden diz que a representação foi protocolada no MP em 22 de outubro.
Em entrevista à Itapoan FM na segunda-feira (12), o deputado bolsonarista afirmou que os elementos apresentados ao MP são “bastante contundentes”. Ele diz que o documento descreve fatos com datas e locais no quais Coutinho teria utilizado efetivo, viaturas e combustível para comparecer a duas audiências de julgamento de mandados de segurança de desafetos pessoais. Os deslocamentos ao TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia), segundo o deputado, ocorreram durante o horário de serviço do comandante.
De acordo com Alden, em uma dessas ocasiões, em 16 de outubro, a Grande Salvador havia registrado 15 homicídios num intervalo de 24 horas, número recorde no ano.
Na representação, o deputado diz que, “enquanto Coutinho e sua equipe assistiam aos julgamentos no TJ, em ambiente climatizado e seguro, a população baiana seguia exposta à crescente insegurança pública”.
“Entrei com essa ação porque, nas sessões de julgamento, Coutinho compareceu fardado e levava cerca de 40 oficiais, que foram desviados do serviço para acompanhá-lo. Inclusive, no dia em que um ônibus foi incendiado em Salvador, todos estavam no Tribunal de Justiça”, afirmou Alden.
Conforme o deputado, Coutinho também teria perseguido um tenente coronel de forma a desabilitá-lo a concorrer a uma promoção a coronel.