Um Projeto de Lei que proíbe a criação de pássaros em gaiolas, no âmbito do Município de Feira de Santana, está em tramitação na Câmara Municipal. A proposta, protocolada na semana passada no Legislativo, é do vereador Galeguinho SPA (UB). Em discurso na sessão desta quarta (26), ele classificou a medida como “extremamente importante”.
Para o parlamentar, é preciso “dar um basta” na prática de maus-tratos às aves. “Fica a impressão de que estarmos vivendo ainda nos séculos XV, XVI ou XVII. E não no século XXI”, protestou. Criados em gaiolas, argumentou Galeguinho, estes pássaros são impedidos de se reproduzir: “Não tem como isto acontecer, devido a estarem presos do início ao fim da vida”.
Classificando como acertada a iniciativa do colega em debater o assunto, Pedro Américo (Cidadania) concordou que o tema é bastante delicado. No entanto, manifestou preocupação quanto à existência de diferentes situações, envolvendo a criação de pássaros no ambiente doméstico. Há casos, explicou o vereador, onde indivíduos de determinados setores, os passarinheiros, são autorizados a criar por órgãos de proteção ambiental.
“Temos os silvestres e os nativos da região. E também, outros que em razão de não terem mais o ‘habitat natural’ para sobreviver, são tratados por pessoas que seguem regras e orientações do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais]”, disse, defendendo que tais situações sejam analisadas na discussão do projeto.
CARROÇA TAMBEM É PROBLEMA GRAVE
Confiante que o projeto será aprovado na Casa, quando for pautado para discussão do plenário, Galeguinho comparou o problema ao de carroças que circulam pelo centro do Município. Trata-se de “rotinas” que não dão mais para deixar de considerar a gravidade. “Sei que vai causar desconfortos em alguns, mas é preciso organizar nossa cidade e reparar este dano”, afirmou.
O trabalho dos veículos de comunicação local, na sensibilização de pessoas que ainda mantêm o costume da criação de pássaros, em Feira, também foi citado como essencial por Galeguinho. “Estamos falando de aves criadas em espaços de 20 a 30 centímetros. Um verdadeiro tormento para os animais, que não se pode aceitar”, reforçou.