O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, deputado estadual Robinson Almeida (PT), aprovou um requerimento para a realização de uma audiência com a Coelba para tratar da ameaça de paralisação dos trabalhadores do setor de energia durante o Carnaval. Aos deputados, na reunião ordinária da Comissão de Infraestrutura, o legislador alertou que caso a paralisação ocorra a festa em Salvador e em outras cidades do estado ficará comprometida, uma vez que os serviços de manutenção e operação da rede elétrica serão afetados.

Segundo Robinson Almeida, a tensão na categoria foi gerada após a Coelba retirar a segunda-feira de Carnaval como feriado para os trabalhadores, retirar direitos e dificultar as condições de trabalho, o que provocou uma insatisfação generalizada na categoria, entre os efetivos e tercerizados. 

“Uma revolta se instalou entre os trabalhadores, e isso pode levar a uma paralisação no período do Carnaval. Nós queremos que a Coelba sente com a representação do sindicato, encontre uma solução negociada e traga paz e segurança para a realização da festa”, afirmou o parlamentar.

O deputado também relembrou o apagão ocorrido no ano passado no Circuito Barra-Ondina, em Salvador, e reforçou a importância de evitar novos episódios semelhantes. 

“Não podemos viver novamente cenas lamentáveis de um circuito completamente no escuro. A Coelba tem responsabilidade direta com o fornecimento de energia e deve tratar bem seus trabalhadores, assegurando seus direitos”, destacou.

A data do encontro será definida nos próximos dias, e a expectativa é que representantes da Coelba, do sindicato dos eletricitários e deputados da Comissão de Infraestrutura participem das discussões e encontrem uma solução consensual que não gere prejuízos à população. 

Com a concessão da Coelba prevista para vencer em 2027, cresce a pressão de parlamentares, do setor produtivo e até do governador Jerônimo Rodrigues para que a empresa melhore a qualidade dos serviços prestados. 

"As recorrentes falhas no fornecimento de energia elétrica têm sido alvo de críticas de todas as partes do estado, impactando o desenvolvimento da Bahia e colocando em debate a necessidade de uma revisão contratual ou até mesmo uma nova modelagem para a distribuição de energia no estado", enfatizou Robinson Almeida, que coordena a Subcomissão de Acompanhamento da Execução do Contrato da Coelba e produziu um relatório crítico, em dezembro, sugerindo a não renovação da concessão do setor ao Grupo Neoenergia por mais 30 anos.