A taxista Fernanda Silva Costa, de 45 anos, foi vítima de injúria racial no estacionamento da farmácia Drogasil, em Ondina, em Salvador, na tarde desta quinta-feira (05). Ela estava no local para deixar duas clientes idosas quando foi chamada de “preta do cabelo pixaim” por uma outra cliente que queria estacionar no local.
“Eu estava aguardando na vaga para deixar as duas clientes, ela chegou depois e queria estacionar. Quando percebeu que eu não iria ceder, começaram as ofensas. Ela me disse que isso só podia ser coisa de preta do cabelo pixaim, fechou meu carro e fez várias outras ofensas”, disse.
Aos prantos, a taxista revidou reafirmando que era preta, sim, e que isso não era justificativa para ser tratada daquela forma.
“Ela me respondeu que falava comigo do jeito que ela queria, pois, ao contrário de mim, que sou pobre, ela tem estudo, é filha de policial federal e pode tratar as pessoas da forma que bem entender”.Segundo Fernanda, funcionários da farmácia foram ao local para verificar o que estava acontecendo e também foram agredidos verbalmente pela mulher.“Ela me xingou na frente de todo mundo, xingou até a gerente da farmácia. Um funcionário que presenciou tudo foi com a gente para a delegacia”.
A taxista chamou a polícia, os agentes chegaram ao local e encaminharam todos para a 7ª Delegacia Territorial - Rio Vermelho. No local, as mulheres foram liberadas, pois os agentes informaram que não tinha delegado para ouví-las. Um boletim de ocorrência foi registrado e elas prestarão depoimento na próxima terça-feira (10), às 15h.
Agora, Fernanda espera que a justiça seja feita para que outras mulheres negras não passem pela humilhação que ela passou.
“Hoje, eu fiquei com a sensação de que quem tem dinheiro sai pela porta da frente. Eu estou muito mal por essa situação, nunca passei por isso em toda a minha vida por simplesmente ser quem eu sou”, afirmou a vítima.
Fonte: Bnews